quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

UM SEGREDO DE NATAL*



Por que aquele enfeite da árvore era tão importante para mamãe?

Por Paul Mark

É o ANO NOVO e nossa família passou unida, mais uma vez, as maravilhosas festas natalinas. Toda a casa apresenta marcas das festas de ontem, onde as crianças esparramaram os brinquedos e deixaram migalhas de doces e bolos pelo chão, vovó acompanhava os pequenos em suas travessuras, encobrindo algumas delas.
Depois do café da manhã, mamãe começa a guardar os adornos natalinos e, especialmente, a árvore de Natal, o que todos os anos é sua tarefa. Os enfeites são guardados, um por um, parando de vez em quando para olhar alguns deles que foram feitos muitos anos antes. Depois embrulha cada um em papel de seda, colocando-os numa caixa de papelão desgastada pelo tempo. O último a ser guardado é o enfeite do topo da árvore. Em direção ao céu, no ramo mais alto, está presa uma estrela cujo símbolo é lembrar que o Natal é iluminado pela luz de Cristo, representada pela nova estrela. Aquele será o último enfeite a ser embrulhado e depois colocado na caixa. No ano seguinte, será a primeira luz do Natal a encher a casa.
Mas, antes dela, ainda há um enfeite: uma pequena corrente com elos vermelhos e verdes, cortados em papel e colados nas pontas. Esta corrente dá a volta à árvore. Com carinho mamãe retira a corrente, soltando um elo de cada vez. Guardou o enfeite e disse baixinho: “Mal posso esperar para tornar a vê-la”.
Após guardar a corrente, guardou a estrela. A caixa foi guardada num armário no sótão.
Se alguém tivesse a curiosidade de saber o motivo da emoção que, a custo, conteve as lágrimas, os cuidados com a estrela, era só ler o que havia escrito no lado da caixa a lápis, letra de criança de 5 anos, desigual e inclinada para o lado, estava o nome: “Ângela”.
Ângela, não chegou a viver para ver seu sexto Natal, nem seu enfeite na árvore, mas era guardado, com carinho, um lugar para ela todos os anos, junto da estrela.
A mãe lembra a filha e cuida, com muito amor, para manter a corrente unida. Hoje, adulto que sou, sei o significado da palavra união.

*Texto adaptado do Reader´s Digest

“QUE A UNIÃO PERMANEÇA ENTRE OS CLIPEANOS, TRAZENDO-LHES MUITA ALEGRIA, SAÚDE E PAZ NO ABENÇOADO NATAL E ANO VINDOURO.

Natal/2013





MARÍSIA VIEIRA - OFICINISTA

sábado, 30 de novembro de 2013

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

CONVITE

      O Centro Literário Pelotense (CLIPE) tem a honra de convidá-lo (a) para o lançamento e sessão de autógrafos da Coletânea 2013 e o lançamento do livro Jogo de palavras de Marísia J .F. Vieira, dia 25 de novembro às 18h, na Sociedade italiana à rua Santos Dumont, 302.

Programação:
Recital de Poemas de "Lígia Antunes Leivas"
Apresentação de Dança do Ventre
Show Musical
Escritores autografam os livros

      Terezinha Pasqualotto
      Presidente



CLIPE na Feira do Livro de Pelotas

Nesta quarta-feira passada, dia 13 de novembro, o CLIPE se fez presente na Feira do Livro de Pelotas, com um grupo de escritoras apresentando o Recital "Lígia Antunes Leivas".
Convidamos a todos para prestigiarem o evento "Conversando com Escritores", nesta sexta-feira, dia 15 de novembro, às 20h, na Tenda Cultural.

domingo, 20 de outubro de 2013

Por que escolhemos a Poesia? Ou será que foi ela que nos escolheu?

Neste dia do Poeta - 20 de julho, homenagem à inspirada lembrança que nos deixaram nossas queridas poetas, hoje unidas às Musas da Poesia.

" Por que poesia? Por que poesia de amor?
... simplesmente porque tudo na vida- traga a máscara que trouxer- tem sempre o traço poético que poderá ser descoberto com a sensibilidade dos que a têm latente-latejante."
Lígia Leivas (lilu)


"Poeta
Tua missão é nobre- Trazer ao mundo o refrigério da paz e do amor.
Tu, poeta, tens o devaneio natural, encantarás a vida, com a sublime arte: - Poesia!"
Reyzina Vianna Ramos

Convite para o Jantar Anual

Aos amigos do CLIPE:

CONVITE

O Centro Literário Pelotense, tem a honra de convidar V.S., para o jantar festivo em comemoração ao 26o aniversário da entidade.
No ensejo serão entregues os prêmios do Concurso Literário Internacional “Lígia Antunes Leivas” e apresentada a Coletânea anual do Clipe.

Local: Galeteria Lobão
Rua Dr. Amarante, 295
(esquina Gonçalves Chaves)

Data: 28 de outubro de 2013

Horário: 20 horas

Preço por pessoa: R$ 35,00

Sua presença é fundamental para o brilhantismo da festa.

domingo, 8 de setembro de 2013

Ciranda dos Pagos

     Na parte superior do blog, clique em CIRANDA DOS PAGOS - POEMAS e CIRANDA DOS PAGOS - QUADRAS e acompanhe a homenagem do Centro Literário Pelotense a nosso querido Rio Grande do Sul no mês farroupilha. Abraços!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Concurso CEL - Centro de Escritores Lourencianos

                              RESULTADOS

Resultado Concurso Literário Nacional Pérola da Lagoa/2013:
POESIA NACIONAL
Menção honrosa – O TAPETE – Reginaldo Costa de Albuquerque
3º lugar – PARADOXO – Maria Apparecida S. Coquemala
2º lugar – SONHOS DE ATLETA – Amélia Marcionila Raposo da Luz
1º lugar – SPICA – Fernando Catelan

Resultado Concurso Literário Municipal Pérola da Lagoa/2013:
Poesia Municipal Infantil
3º lugar – EU SOU - Yohana Vargas da Silva
2º lugar – EU AMO - Rafaela Ribeiro Rodrigues
1º lugar – A ESCOLA DA MINHA VIDA - Ísis Peglow

Poesia Municipal Juvenil
Menção Honrosa – MINHA FAMÍLIA – Eduarda Vieira Silva
Menção Honrosa – O AMOR – Allana Strelow Fonseca.
3º lugar – FAMÍLIA – Gustavo Augusto Silva da Fonseca
2º lugar – LUA LUAR – Rodrigo Holz Kringel
1º lugar – O MENINO E O AMOR - Eduarda Porepp

Poesia Municipal Adulto
Menção Honrosa – CAMPEIRISMO GAÚCHO – Ana Paula Garcia da Cunha
3º lugar –CRÔNICAS DE AMOR – Letícia Pinho de Freitas
2º lugar – QUISERAS TU, MOÇA BONITA - Elsa Kuhn Klumb
1º lugar – TAPERA - Maria Cristina da Silva

Resultado do Concurso Literário Pérola da Lagoa/2013:
CONTO MUNICIPAL INFANTIL
3º lugar – PLANTANDO ÁRVORES – Leonardo Freitas Merseburger
2º lugar – A MAMÃE FELIZ – Naiély Mendes de Jesus
1º lugar – O FAZENDEIRO - Mylena Soares Gonçalves

CONTO MUNICIPAL JUVENIL
3º lugar – SÁBADO DE TÊNIS – Ruan Vargas da Silva
2º lugar – O SONHO DE CANTAR – Daniele Caldas Zabala Barboza
1º lugar – A LUTA PELO SONHO – Ana Paula Schmitz

CONTO MUNICIPAL ADULTO
Menção honrosa – O BEIJA-FLOR ONÍRICO – Corredor Solitário – André Marcelo Maasz
3º lugar – O SOFRIMENTO DE AMAR –Rodrygo Herrmann Petry
2º lugar – ROSA BRANCA EM NOITE ESCURA - Angélica Westphal Janke
1º lugar – A HISTÓRIA DA TAPERA - Emanuelle Freitas Duarte

Resultado Concurso Literário Internacional Pérola da Lagoa/2013:
POESIA INTERNACIONAL
1º lugar – Se fue – Alfredo Alberto Etchepare Martinez
2º lugar – Chamarra de la amistad – Antonino Campos Ruíz
3º lugar – Amor eterno –- Luisa Roxana Soria Pereira
Mención de honor
Viaje – Maria Cristina Drese
No hieras al silencio – Wilson González Alfonzo

Resultado Concurso Literário Estadual Pérola da Lagoa/2013:
CONTO ESTADUAL:
1º lugar: Couve à Mineira - Vilma Ávila Vianna
2º lugar: Castelo de Areia - Maria Isabel Gonçalves Plá da Silva (Bel Plá)
3º lugar: Seu Canjica – Alcione Sortica
Menção Honrosa: As meias furadas - Adilar Signori

Resultado Concurso Literário Estadual Pérola da Lagoa/2013:
POESIA ESTADUAL
Menção Honrosa – DEVOLVA-ME – LOECI LAGES DA SILVA
Menção Honrosa – ...E O MUNDO NÃO ACABOU – ELOISA RODRIGUES PORAZZA
Menção Honrosa – AMAR PARA PODER SER FELIZ – LEINECY PEREIRA DORNELES
Menção Honrosa – ROTINA –MARIA ISLAIR DUARTE LAGES
3º lugar – SOU POETA – Olga Maria Dias Ferreira
2º lugar – NO FUNDO DAS ÁGUAS – Gargione Ávila
1º lugar – CEVANDO A SAUDADE – Wilson Rosa da Fonseca

   

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Novo texto para a Ciranda

Cisma de tropeiro

Fogo de chão... brasa acesa,
um tropeiro a cismar.
Aqui tão longe dos pampas,
tem horas que a saudade é tanta
e a vontade de voltar.
Madrugada, campereava
no lombo do seu matungo,
na chuva ou na geada,
não era dono de nada,
mas tinha um pedaço de chão.
Era uma vida bem simples
peleando de sol a sol.
Não tinha luxo nem renda,
nasceu naquela fazenda,
seu pai era o peão.
Cresceu, aprendeu a lida,
seguiu os passos do pai.
Mas o cheiro do progresso
seduzindo aquele moço
traçou rumos desiguais.
Na cidade o passo é outro,
desacorçoado então
vê sua vida se findar.
É só um tropeiro a cismar...
- Por que deixei meu rincão?

            Bel Plá

Novos textos para a Ciranda dos Pagos

É um gênero diferente dos propostos na Ciranda dos Pagos, mas pela própria finalidade da Ciranda, que é associar, estes trabalhos serão acrescentados aos Poemas.
Muito obrigado, poeta!

ALDRAVIAS DOS PAMPAS

Pampas
Campinas
Verdejantes
Gaudério
Apaixonado
Canta

Rancho
Janelas
Brancas
Recém
Casados
Amando

Guaipeca
Latindo
Pingo
Encilhado
Inquieto
Espera

Prenda
Abraça
Gaudério
Amado
Ao
Entardecer
      Helena Heloisa Manjourany Silva

Resultado

 CONCURSO LITERÁRIO INTERNACIONAL
            “LÍGIA ANTUNES LEIVAS”
      CENTRO LITERÁRIO PELOTENSE

PROSA

1º lugar – Ilha do Padre
Darci Jorge Martins da Cunha
Pelotas, RS.
2º lugar – O Palhaço e a Borboleta
Paulo Ricardo Centeno de Mattos
São Lourenço do Sul, RS
3º lugar – A velha pereira
Maria Isabel Gonçalves Plá da Silva
Pelotas, RS

                        POESIA

1º lugar – A poesia ronda meus dias
Fátima Armesto
São Lourenço do Sul, RS
2º lugar – Retalhos
Nina Isnardi Ricardo
Pelotas, RS
3º lugar – Meu Porto Seguro
Leynecy Pereira Dorneles 
Rio Grande - RS

MENÇÕES HONROSAS

O Surto
Joaquim Moncks
Pelotas, RS

Fuego
Maria Cristina Drese
Buenos Aires, Ar

O tapete
Reginaldo Costa de Albuquerque
Campo Grande, MS

sábado, 17 de agosto de 2013

Ciranda dos Pagos

Novos textos para Ciranda:

Veterano

Vejo-te à luz de cada madrugada
quando o sol ainda se espreguiça
escondido no horizonte!

Olhar aceso,
sorriso franco,
alheio ao tempo,
vais ao encontro do zaino
à espera no potreiro!

Relembro teus pensamentos
quando trocamos ideias.

"Não importa chuva, o vento...
Não importa frio intenso...
Posso sair por aí!
Posso ser livre e feliz!"
Yeda Araujo Pereira


DESPEDIDA

Vou me despedir, minha hora chegou,
se tenho que ir embora, então eu vou.
Deixo minhas paredes, minha vida,
o pampa amado, que me deu guarida.

Foram tempos belos, não tenho queixa,
não falo do amor, a emoção não deixa.
Despeço-me das ruas, casas, praças,
da nuvem no cerro, feito fumaça.

Levo saudade, embora sem temor
da cidadezinha cheia de encanto,
onde a amizade me fez ver o amor.

E mesmo tão longe, esses sonhos meus
vão me acompanhar, sempre recordando,
da cidade linda, a quem digo adeus.
Bel Plá

Ciranda dos Pagos

Novos textos para a Ciranda:

Chinoca

Mal a noite recolhe seu manto,
E os primeiros raios de sol tingem o céu,
Monto no meu cavalo baio,
E ganho o mundo, ao léu.

Assoviando um trecho rancheiro,
Ganho o mundo na maior solidão,
Não tenho carreta, não tenho tapera,
Nem mesmo tenho um cão.

Procuro nos pagos da vida,
Em costeados que nem tem fim,
Uma chinoca prendada, vivida,
Que cuide muito bem de mim.

Coma do meu arroz carreteiro,
Embalado por um chimarrão,
Nas moitas, que me cobrem do vento,
Ao lado de um fogo de chão.

Tem que ser uma dona experiente,
Que mexa bem a panela,
Pra se agarrar na minha cintura,
E eu, na cintura dela.
Marilena Abud

Minhas saudades


Lá por entre as coxilhas
moram as minhas saudades.
Frágeis como as nuvens
que passam,
densas como o arvoredo
que balança com o vento,
imponente.
Livres para voar,
lançam-se nas montanhas
e alcançam o infinito.
Minhas saudades não choram...
(...)
silenciosas,
oram,
repousam,
no seu lugar de paz.
Bel Plá

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Ciranda dos Pagos

Novo texto para a Ciranda:

Minhas saudades

Lá por entre as coxilhas
moram as minhas saudades.
Frágeis como as nuvens
que passam,
densas como o arvoredo

que balança com o vento,
imponente.
Livres para voar,
lançam-se nas montanhas
e alcançam o infinito.
Minhas saudades não choram...
(...)
silenciosas,
oram,
repousam,
no seu lugar de paz.
     Bel Plá

Ciranda dos Pagos

Novo texto para a Ciranda dos Pagos:

     Milonga

É noite na imensidão do pago...

Acordes de uma gaita chorona
rompem o silêncio no galpão crioulo
atiçando brios de guapos dançadores!

O taco da bota vai marcando
o compasso forte da milonga...

E o vestido da prenda,
amor de fita e renda,
rebolea no seu corpo
cinchado nos braços do seu homem!

Olhos nos olhos...
Como se mais ninguém houvesse no salão.

Toque de mãos...
Linguagem silenciosa dos amantes.

Cumplicidade plena
para fazer da madrugada
um talismã da sorte.

Nada mais importa... Não!

São momentos inéditos, marcantes,
gravados no tempo, na memória.

Até quem sabe irão com a gente afora
pelos caminhos da eternidade!
     Yeda Araujo Pereira

Ciranda dos Pagos

Novo texto para a Ciranda dos Pagos:

     MESMO À NOITINHA

Certo dia
Quando a noite já descia
Sobre o casario da cidade,
Sentado no meu carro escutava
Gauchescas cantigas.

E no embalo da canção,
Deixei-me transportar
Até um imaginário rincão,
Onde velho gaúcho e sua prenda
Sorviam seu amargo chimarrão,
Enquanto escutavam no rádio a pilhas
Aquelas mesmas cantigas,
À roda do fogão.

A lua cheia iluminava
Toda aquela erma coxilha,
E a natureza reconciliada
Já toda cochilava;
Só algum quero-quero de guarda
Como se a noite fora pertença sua,
De vez em quando gritava.
E o silêncio era tão tanto
Que dava até para escutar as estrelas
A cochichar com a lua.
     Eduardo de Almeida Farias

sábado, 13 de julho de 2013

Ciranda dos Pagos

Novo texto para a Ciranda.

Obrigado, amigos, pela participação!

VELHO

Tua voz é rouca e poderosa
arrastas em teu passar
o que existe em volta
há muito tempo estás presente
nas coxilhas
a romper com teu canto
as quebradas dos Pampas!

Te chamam velho, e ao te sentir
no horizonte, se amedrontam
mas eu recolho teus penares
e faço meus teus inúmeros
quebrantos!

E muitas vezes clamo contigo
meu velho amigo Minuano!
    Vilma Vianna

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Como participar da Ciranda dos Pagos

Queridos amigos clipeanos e não-clipeanos!
A Ciranda dos Pagos já começou e encerra no dia 20 de setembro, data farroupilha.

Todos os trabalhos enviados serão postados aqui nas postagens do blog, conforme forem chegando. E serão apresentados para apreciação nas respectivas páginas que estão na parte superior do mesmo: "Ciranda dos Pagos- Quadras" e "Ciranda dos Pagos- Poemas".

Formas de envio:
- Entregue nas reuniões do Clipe, às segundas-feiras, às 15 h, na biblioteca da SMED;
- Enviado por e-mail para o endereço:
  poetaalma@yahoo.com.br;
- Postado no Mural do facebook do Clipe Pelotense:
https://www.facebook.com/clipe.pelotense?fref=ts

Cada autor pode enviar quantos trabalhos desejar, na modalidade quadra ou poema.
Participem, amigos! Nosso desejo é que esta ciranda tenha tanta aceitação como foi a Ciranda do Jubileu.
Abraços fraternos!


Novos textos para a Ciranda dos Pagos:

CARRETAS

Carregas estafas e andanças
e em mim a outrora criança:
ressoam cirandas e lanças.
E o gemido de liberdade
é um aboio nos confins da terra.

Carretas, rondas do tempo,
maniáticas de sóis e lunaréus.

Nave do nauta telúrico,
rancho sobre duas luas,
gêmea de pampas, estrelas e léus,
roçando várzeas, lançantes,
traçando cíclica gesta:
esperanças, trabalho e terra.

Nas lonjuras dos caminhos,
sofrendo encruzilhadas e escarcéus,
arremataste ao gaúcho
verdades abertas no céu.


DO JOGO E DOS CAMBICHOS

Cambichos de suerte
tranqueiam lerdos
e sorros malevas esporeiam
o coração solito
de muitas canchas.

Culo e suerte!
Na tava da vida
a coima é maior
pra quem aposta por fora!

Gineteio
e me solto campo fora
no potreiro do amor.
Freio nos dentes,
amasso flechilhas
e margaridas-do-campo.

Aporreados potranqueiam
os pelos dos cambitos
andarengos.

O desafio é a tirada das coscas.
E ai de quem não se gruda
nas quilinas do matungo!

Culo e suerte!
Na tava da vida a coima é maior
pra quem joga forte!
              Joaquim Moncks 

Ciranda dos Pagos

Novos textos para a Ciranda dos Pagos:

VETERANO

Vejo-te à luz de cada madrugada
Quando o sol ainda se espreguiça
Escondido no horizonte!

Olhar aceso,
Sorriso franco,
Alheio ao tempo,
Vais ao encontro do zaino
À espera no potreiro!

Relembro teus pensamentos
Quando trocamos ideias.

"Não importa chuva, o vento...
Não importa frio intenso...
Posso sair por aí!
Posso ser livre e feliz!"
      Yeda Araújo Pereira

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Ciranda dos Pagos

Novos textos para a Ciranda dos Pagos:

No fogo de chão ardente
O carvão agora em brasa
Assa a carne o peão
Em sua estância amada.

Bolo frito tradicional
Com açúcar e canela o enfeitando
É da culinária gaudéria
Típico prato campeano
          Raquel Monteiro



          Roda de chimarrão

Quando a tarde vai caindo,
E chega o fim do dia,
a passarada vem, em bandos,
para os galhos da grande árvore,
bem na hora da Ave-Maria,
a alma da gente vai se apequenando...

A barra do sol avermelha no horizonte,
e tudo em volta fica sossegado...
tento fugir, mas não tem jeito.
bate aquela saudade de casa,
saudade do meu pago amado,
que carrego dentro do peito.

Tão logo a noite pinta o céu
de lápis preto, e as estrelas, com seu lume
bordam poemas no infinito,
junto os gravetos, faço o fogo,
encho a cambona, meu costume,
e não me sinto mais solito.

Enquanto o fogo vai amornando,
dou um jeito no galpão,
sem muito aprofundamento.
Cevo o mate, incho a erva,
dedilho o violão,
e espero mais um momento.

Finalmente a turma chega,
das suas lides se esquece.
No galopar da cidade,
cada um tem seus tormentos.
O coração da gente se aquece
na grande roda da amizade.
      Bel Plá

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ciranda dos Pagos

Novo texto para a Ciranda dos Pagos:

RIO GRANDE DO SUL

Como potro não domado
Cavalguei coxilhas, teu pago;
Minuano por companheiro
Persegui sonhos...
E como o bom semeador
Lancei sementes com amor
Umas deram fruto,
Outras viraram flor.

Como o Jacu desconfiado
Na solidão da querência;
Ou libertário Quero-Quero
Na defesa de seu pago;
Mas potro já domado...
Ei-lo agora bonachão
A oferecer sorrisos e chimarrão:
-Velho amigo... Eu te quero!

E entre causos de galpão
Na rodada de chimarrão,
Lá vai abrindo o coração
Ao estranja recém-chegado;
Fala de seus amores
De chinocas, belezuras,
De emas e sacaracuras
Que habitam este pago.

Gosto de ti Rio Grande do Sul
De gordo gado e trigo loiro
Imenso celeiro,
Opíparo de fartura;
Da tua serra e planura
Do teu jeito sem frescura
De dizeres o que sentes
Na boca de tuas gentes.

Eduardo de Almeida Farias
         

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Novo trabalho para a Ciranda dos Pagos.
Amigo, aguardamos tua participação!

Quero-quero

O vento frio, gelado, cortava rápido
o Pampa. Então,
batia à frouxa janela pesadita a solidão
e o sol nos seus descaminhos
não brilhava mais pra mim.
Até que, simples assim,
um bando de quero-quero
dispersos em frente à praça,
saltita cheio de graça
com seus gritos, correrias,
devolvendo ao coração
dormideiras alegrias.
Esqueço tristeza e luto
só de olhar pro seu penacho
tão lindo que até acho
( vejam só que presunção
desse imodesto peão):
que o bando agora de três
tornaram-me seu freguês,
e me chamam pra brincar!

Vilma Vianna

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Últimos dias para inscrever-se na Coletânea

          EDITAL

Coletânea Anual do CLIPE

            O Centro Literário Pelotense convida a todos os membros do quadro social, amigos e colaboradores a participar de sua Coletânea Anual. As inscrições já estão à disposição  no local das reuniões semanais do CLIPE (Biblioteca da SMED), à rua Andrade Neves, 2282, às segundas-feiras, das 15h às 17h.
            Os trabalhos deverão ser entregues até 1ºde julho de 2013, impreterivelmente. Cada participação terá o custo de R$ 100,00 (cem reais) que deverão ser depositado na conta a seguir: Agência 320 – Banrisul – conta 35212965-02.
            Maiores informações poderão ser obtidas pelo telefone (53)8115.9416.
            Os trabalhos deverão observar o regulamento abaixo:

                                               REGULAMENTO

                        Os trabalhos dos participantes deverão respeitar o limite de três páginas de no máximo 30 linhas por página, incluindo o currículo de no máximo 8 (oito) linhas. A epígrafe, "lead" ou frase introdutória, se houver, deverá estar contida nas oito linhas do currículo.
            Cada participante terá direito a 5 (cinco) livros. O que ultrapassar dos cinco deverá ser pago á parte.
            O prazo limite para o pagamento e recebimento dos trabalhos será o dia 1º/7/2013.

                                   COMO ENVIAR OS TRABALHOS?


            Os trabalhos dos participantes, em arquivo word, fonte 12, Times New Roman, já revisados, ficando a revisão sob a responsabilidade do participante, deverão ser enviados, com o Assunto: COLETÂNEA ANUAL DO CLIPE,  para  o seguinte e-mail: poetaalma@yahoo.com.br

Últimos dias para inscrever-se no Concurso Literário

        EDITAL

Concurso Literário Internacional "LÍGIA ANTUNES LEIVAS"

O Centro Literário Pelotense está com inscrições abertas para o Concurso Literário  2013. Poderão inscrever-se clipeanos e não clipeanos, nacionais e internacionais. O tema é livre e são aceitos  poesias, contos e crônicas.
Cada candidato poderá concorrer em apenas uma categoria e  com 1 (um) só trabalho que deverá ser inédito, digitado no formato Times New Roman/12, em 3 cópias, assinado com pseudônimo, não podendo ultrapassar uma página( 30 linhas), para  a poesia e duas páginas( 60 linhas), para conto e crônica.
Os trabalhos deverão ser  colocados em  um envelope grande lacrado, com o título do concurso e o pseudônimo. Dentro desse, um envelope pequeno, lacrado, deverá conter: nome completo do autor,  endereço, telefone ou e-mail  para contato, título da obra, comprovante de pagamento e pseudônimo, enviados  para: Terezinha Lorena Pasqualotto,  Av. Ferreira Viana, 150/202 – CEP 96085-000 - Pelotas, RS.
 As inscrições encerrar-se-ão impreterivelmente no dia 30 de julho de 2013. Vale a data de postagem.
O valor da inscrição é de R$20,00 (vinte reais) e deverá ser depositado na conta a seguir: Agência 320 – Banrisul – conta 35212965-02.
A Comissão Avaliadora será formada por 3 (três) pessoas convidadas pelos organizadores  cujo julgamento será absoluto, não cabendo qualquer reclamação ou recurso sobre o mesmo.
A premiação constará de troféu e diploma ao primeiro e segundo colocados e medalha e diploma ao terceiro. Poderão ser conferidas menções honrosas a critério da Comissão. A publicação dos trabalhos premiados, de não clipeanos, na Coletânea do Clipe , estará condicionada à compra antecipada de pelo menos 2 (dois) exemplares

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Trabalhos enviados para a Ciranda dos Pagos



Um bando de quero-quero
Passou sob o céu sem fim.
Meu coração haragano
Voou pra longe de mim.

Contorna o vento gelado
Da planície a imensidão,
Mas eu cevando o meu mate
Nem cuido da solidão.
     Vilma Ávila Vianna

Lá se vão 40 anos
que eu deixei minha Soledade
são anos e anos
de uma intensa saudade.
     Terezinha Lorena Pasqualotto

Inverno chegou nos pampas
Com seu traje a rigor.
O Xiru não se espanta,
Este povo esbanja calor!
     Bel Plá

Como participar da Ciranda dos Pagos

Queridos amigos clipeanos e não-clipeanos!
A Ciranda dos Pagos começa hoje e encerra no dia 20 de setembro, data farroupilha.

Todos os trabalhos enviados serão postados aqui nas postagens do blog, conforme forem chegando. E serão apresentados para apreciação nas respectivas páginas que estão na parte superior do mesmo: "Ciranda dos Pagos- Quadras" e "Ciranda dos Pagos- Poemas".

Formas de envio:
- Entregue nas reuniões do Clipe, às segundas-feiras, às 15 h, na biblioteca da SMED;
- Enviado por e-mail para o endereço:
  poetaalma@yahoo.com.br;
- Postado no Mural do facebook do Clipe Pelotense:
https://www.facebook.com/clipe.pelotense?fref=ts

Cada autor pode enviar quantos trabalhos desejar, na modalidade quadra ou poema.
Participem, amigos! Nosso desejo é que esta ciranda tenha tanta aceitação como foi a Ciranda do Jubileu.
Abraços fraternos!


terça-feira, 25 de junho de 2013

Ciranda dos Pagos

Queridos amigos do CLIPE, dentro de alguns dias daremos início à CIRANDA DOS PAGOS, uma interação poética onde homenagearemos nosso amado Rio Grande do Sul.
Preparem suas penas e soltem  a criatividade.
A atividade da Ciranda contará com a participação de clipeanos e não clipeanos, e todos os trabalhos serão postados aqui no nosso blog.
Os textos podem ser entregues em nossas reuniões das segundas-feiras na biblioteca da SMED, no nosso Mural do facebook ou enviadas por e-mail.
Teremos duas modalidades: Quadras e Poemas.
Participem!
Logo traremos mais informações.
Abraços fraternos.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Posse de Terezinha no Concult

A nossa presidente, Terezinha Pasqualotto, tomou posse no Concult - Conselho Municipal de Cultura - no dia 16, no Salão Nobre da Prefeitura Municipal com a presença do Prefeito Eduardo Leite, da vice Paula Mascarenhas e da Secretária de Cultura, Beatriz Araújo. A nossa representante no Concult representa uma voz importante na  literatura pelotense para valorizar e incentivar os escritores e poetas da nossa região. Para um salão lotado, o prefeito destacou a  importância da nomeação dos conselheiros, pois  representam a participação da sociedade na secretaria de cultura do município.
Na foto, colegas poetas do Centro Literário Pelotense presentes no evento.

sexta-feira, 29 de março de 2013

FELIZ PÁSCOA



PÁSCOA É TEMPO DE AMOR,
DE FAMÍLIA E DE PAZ...

É tempo de agradecermos
discretamente
por tudo que temos
e por tudo que teremos.

Páscoa é um sentimento
nos nossos corações
de esperança e fé e confiança.

É dia de milagres;
é dia dos nossos sonhos parecerem
estar mais perto,
tempo de retrospecção
por tudo que tem sido
e uma antecipação de tudo que será.

E é hora de lembrar
com amor e apreciação
as pessoas em nossas vidas
que fazem diferença...
autoria: Jacyra Souza

FELIZ PÁSCOA! Abraços dos amigos do Centro Literário Pelotense.

terça-feira, 19 de março de 2013

Feliz Aniversário!



Parabéns aos aniversariantes do mês de março!

Berenice Lagos Guedes......................................4
Waldemar Pereira de Souza...............................13
Jacyra Félix de Souza........................................24
Eduardo de Almeida Farias...............................25

CASTRO ALVES

Faz tantos anos...
O tempo envolve-se nos tempos.
Gerações sucedem-se,
mas o encantamento
e vigor de teus versos
nos fazem vibrar,
transpondo as eras.
Poeta, transbordando amores,
enleando-se em cantos à Natureza.
Brados ergueste á injustiça
e a revolta que te abrasava a alma
transbordou em lavas na poesia.
A raça oprimida que clamaste
com versos divinais da inspiração
realiza teus sonhos de liberdade.
Herói da terra em que nasceste.
Teus poucos anos nos deixaram rastros.
        Ana Maria Osório

terça-feira, 12 de março de 2013

Dia 14 de março - Dia do Poeta! Dia de Castro Alves!

Queridos amigos clipeanos! 14 de março, Dia do poeta!
Para comemorar a data, O Clipe vai realizar um sarau em homenagem a nossa amiga Ligia Antunes Leivas.
Av. Ferreira Viana, 150 ap. 202. Fone. 8115.9416, a partir das 19h.

LÍGIA ANTUNES LEIVAS, uma apresentação

Lígia iluminou por muitos anos o CLIPE com seu entusiasmo e energia. Nascida em Pelotas, graduada em Direito e Letras, Pós-graduada em Língua Portuguesa, professora aposentada e ex-revisora da UFPEL, Lilu acumulou prêmios e distinções participando de diferentes entidades no Brasil e exterior.

“ Um ser na multidão”, dizia e acreditava “ser a literatura um grande recurso para tornar o mundo mais humano.” À Lígia nossa homenagem nesse primeiro Sarau do Clipe.

POR QUE A POESIA?
“Simplesmente porque tudo na vida – traga a máscara que trouxer – tem sempre o traço poético que poderá ser descoberto com a sensibilidade dos que a têm latente-latejante.”

Texto retirado do livro OLHOS ALÉM
Lígia Antunes Leivas


A UMA AMIGA

Te fuiste un día
Como se va enero
Seguro en el cielo
Habrá ternura
Sonrisas y amistad,
Hoy tus amigos
Mucho lo lamentamos
Y en vano preguntamos
El porqué,
Lígia querida
Mi verso es una lágrima
Que al hueco de mi alma
La quiere aliviar,
Nos queda tu sonrisa
Por siempre en el recuerdo
Igual que un verso
Que no podré olvidar.

Antonino Campos
Paysandú – Uruguay

sábado, 23 de fevereiro de 2013

ANIVERSARIANTES


Um abraço caloroso dos associados do Centro Literário Pelotense aos aniversariantes do mês de FEVEREIRO

Marísia de Jesus Ferreira Vieira..........................4
Antonio Albaini.................................................11

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Desconto em oficina para associados


Atenção clipeanos; acertamos 10% de desconto na oficina do Carpinejar. Pode dividir em 2x no cheque. Ingressos na livraria Vanguarda. OBS. acerto foi feito com o André, gerente da livraria. Aproveitem!

Compartilhado da presidente Terezinha Lorena Pasqualotto:

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Pelotas perde Lígia Antunes Leivas

O Centro Literário Pelotense está triste. Uma de nossas grandes luzes se apagou. Lígia, há 16 anos, era clipeana. Uma defensora incansável da cultura de nossa cidade.
Querida amiga, jamais esqueceremos do teu exemplo, da tua garra e da tua alegria. Nos momentos de incertezas, lembraremos de ti, da nossa grande fonte de inspiração.
Vai em paz, amiga! Estaremos sempre contigo. Um grande beijo.
Terezinha Pasqualotto, presidente do CLIPE


Lígia

Quero agradecer o que fizeste por mim...
Valeu muito... Muito mesmo!
Obrigada!

Adeus, querida amiga!
Yeda




Quem foi Lilu?


Lígia Antunes Leivas, de Pelotas, RS. Graduação: Letras e Direito; pós-graduada: Língua Portuguesa. Mérito em Extensão - UFPEL (revisora na EGU). Revisora. Antologista. Oficineira. Professora aposentada pela UFPel.
Integrou: a Academia Sul-Brasileira de Letras; a CAPORI e Acad. Castro Alves (Porto Alegre); ALPAS21-Cruz Alta; ARL- Rio Grande; do CEN-Portugal e CEP- Piracicaba, SP (delegada); dos Poetas Del Mundo (consulesa). Centro Literário Pelotense, de Pelotas.
Assinatura em 49 trabalhos, inclusive estrangeiros (prefácios, abas, contracapas). Jurada em concursos literários; premiada em outros. Participação em 63 coletâneas. Atuação no Recanto das Letras e mais 30 sites literários. Autora de 8 livros (prosa e verso).

PARA NÓS, SEUS AMIGOS, INESQUECÍVEL.

Assim é em cada poema

Em cada poema que traço
há muito do que eu sou
Há o que vivo
Há o que amo
Há os que amo
Há os que quero bem!

Em cada poema que faço
há os meus sonhos
(jamais fantasias...
quem sabe ironias e minhas alegrias...)

Em cada poema que teço
há um pouco do muito que sinto
Há as dores (eu não minto!!!)
as decepções que sofro
as promessas descumpridas
e as esperanças destemidas...

Em cada poema que entristeço
há as desilusões sofridas
as agonias revividas
nas entrelinhas perdidas...

Em cada poema me venço!!!
Neles há o amor ainda vivo
Há os amores que tive
Há muito de ti (bem sabes!)
Há um outro tanto de nós
Em cada poema amanheço!
Lígia Antunes Leivas
"Olhos além"

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Eu vi...

Nos altos daquela serra,

Esculpida em pedra bruta,

Eu vi a imagem de uma santa

Parecendo estar rezando,

Protegendo e abençoando

O povo daquela cidade,

Da minha infância e mocidade,

O meu Canguçu amado,

Sempre e sempre lembrado.

A Santíssima retratada, venerada,

É a Conceição, Nossa Senhora.

O sonho, de tanto tempo sonhado

Foi agora, com grande brilho realizado.

E lá está a Padroeira,

Sobranceira e medianeira

Entre nossa gente e Jesus,

Aspergindo suas bênçãos, graças e luz,

Abençoando este povo, filhos seus,

Lá do alto, lá no morro, pertinho de Deus.
Arzelinda Soares Dias (Linda)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

ANIVERSARIANTES DO MÊS DE JANEIRO

     Um abraço caloroso dos associados do Centro Literário Pelotense a todos os aniversariantes do mês de janeiro.

Vilma Farias Guerra...........................................5
Reyzina Vianna Ramos......................................6
Lígia Antunes Leivas.........................................7
Olga Maria Dias Ferreira.................................10
Maria Angélica Vieira da Costa.......................22
Helena Heloísa Manjourany Silva...................27

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

ANO NOVO 2013

      Folheio distraída, a recheada e gorda agenda de 2012 com apenas algumas folhas em branco. Desfila mês a mês o registro do ano que termina.

       Desordenada, condensa nas primeiras páginas o possivelmente mais importante - telefones de urgência, sempre à mão, em números graúdos, oração à Jesus “quando se sentir só e desamparada”. Dispersando-se por todas as outras, haicais, poemas incompletos, inicios de contos, rabiscos apressados de ideias pensadas ao acaso . Estufam suas páginas, marcadores de livros autografados, cartões de visita, guardanapos de papel em caligrafia diferente, nomes, endereços, telefones, e-mails, lembretes - “para entrar o ano sempre de bom humor: organize sua rotina.”

       Arquivada a vida prosaica e comum de uma habitante de Pelotas na época atual – apressada, repleta de obrigações algumas autoimpostas, chocando-se inclusive nas listas diárias de uma caderneta. Ou melhor, parte da vida limitada aos deveres, com fugas ocasionais às veredas do sonho, repetidos num círculo fechado – contas, boleto de banco, comprovante de cartão, endereços, contas, horários de médico, reunião, trechos de atas, comprovante de débito, convites, contas, lembretes, avisos, reunião, e-mails, contas.

       Bem no início, epígrafe de Érico Veríssimo – “quando os ventos de mudanças sopram, algumas pessoas erguem barreiras, outras constroem moinhos de vento.” Quanto malabarismo é necessário para se derrubar barreiras e quantos moinhos permanecem no papel ou nas ideias...

       No canto esquerdo da escrivaninha a nova agenda espera. Sem passado, cheiro bom, fina, as páginas no aguardo, lisas e macias. O 2013 proeminente para evitar confusões e esquecimento. Afinal ela é o clone da memória.

       Gosto dela assim, de papel. Impossível resistir-se a uma análise do que foi pensado, executado ou ainda permanece na intenção. Mais difícil ainda não ceder á esperança de melhor programação para o ano que vem por aí. Eis, pois que, na primeira novíssima página, folha já com um lembrete:

“Minha ignorância,
Meus apegos,
Meus desejos,
Meus ódios.
Na verdade, meus inimigos”
      Dalai Lama


No horizonte nova batalha. Que assim seja.
Feliz ano novo!

      Vilma Avila Vianna

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Crônica- A Tribo da Sensibilidade


A Tribo da Sensibilidade

       Tarde de domingo, calor, nada para fazer... Escureci a sala e procurei algo na TV que me interessasse. Surpresa! Na TVE uma apresentação de Saramago, Belo Horizonte, 1999- Estava no Brasil para lançar o livro "Cadernos de Lanzarote". São diários que escreveu depois que se retirou para a ilha de Lanzarote na Espanha, para evitar a grande polêmica da Igreja Católica causada por seu livro "O Evangelho segundo Jesus Cristo", do qual nunca se retratou.
       Com o brilho de sua inteligência, sua simpatia e humor e a imensa experiência de vida, encantou a mim e ao numeroso auditório. Manteve presa minha atenção como se estivesse falando só comigo. Fazendo graça com a palavra "lançamento" disse que poderia ser uma nova modalidade esportiva: lançamento de dardos, lançamento de disco, lançamento de livros- rindo de si mesmo. Disse também que o escritor não precisaria falar, tudo está escrito em sua obra, mas quando fica conhecido perguntam sobre qualquer assunto. Querem sua opinião até sobre uma possível viagem a Marte. Com vergonha de dizer "não sei", inventa uma resposta plausível e a repete sempre que fazem a mesma perguta (99 vezes) o que é um sacrifício, porque se tenta melhorar- na centésima vez- um repórter vai escrever que não sabe o que diz. "Se é Prêmio Nobel, então, é uma desgraça!" O auditório riu muito.
       O que me tocou, como verdade em meio a tantas histórias interessantes, é que ele acredita haver no mundo uma "Tribo da Sensibilidade" formada por pessoas que moram distantes, que talvez nunca se encontrem ou tenham sérios atritos entre si. Desta tribo fazem parte aqueles que não veem só o aspecto material da vida: o lucro, o consumismo, o poder... São aqueles os que entram em transe ao ouvir a 9º Sinfonia de Beethoven; sentem prazer ao ler um bom livro; se extasiam frente à pintura, à arqutetura, à escultura... Não só os que criam arte, mas os que têm a sensibilidade de se deixar tocar por ela. Essa Tribo dispersa ou em pequenos grupos é a esperança de que a barbárie não retornará à Terra e de que a humanidade será resguardada em sua essência.
       Fico feliz porque Saramago, falecido em 2010, me trouxe esta notícia: faço parte da "Tribo da Sensibilidade", assim como meus amigos do Centro Literário (CLIPE) e do Grupo Literário da Bibliotheca (GLIBI) e tantos outros...
       Lia Bachettini
       Crônica